Capas do Brasil: Elifas Andreato

As reportagens espalhadas pela internet contabilizam 300 capas já feitas. Na contagem da filha, entretanto, Elifas Andreato já produziu mais de 600 capas de discos ao longo de seus quase 50 anos de carreira.

Mesmo parananense, a estreita relação do capista com nomes da música feita no Rio de Janeiro é tema de exposição em cartaz na cidade. A estátua de Pixinguinha com seu sax recebe os visitantes do Centro de Referência da Música Carioca, na Tijuca.

No interior da exposição, alguns trabalhos foram reproduzidos em tamanho real. Um deles, e talvez um dos mais conhecidos de Elifas Andreato, é Ópera do Malandro, disco de 1979 de Chico Buarque.

Ópera do Malando, por Chico Buarque (1979)

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Almanaque, por Chico Buarque (1981)

A mineira Clara Nunes também aparece ao lado de Zeca Pagodinho, Martinho da Vilae Vinicius de Moraes. O barraco de Tendinha, de Martinho da Vila e a pisada no barro de Clementina e Convidados também podem ser vistos.

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Terreiro, Sala e Salão, por Martinho da Vila (1979)

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Clementina e Convidados, por Clementina de Jesus (1979)

Ciente da paixão de Paulinho da Viola pelos cavaquinhos, Elifas foi até oficina para aprender a construir o instrumento. Ao olhar com cuidado, a simplicidade da capa revela madrepérolas que podem ser melhor vistas no LP, como explicado no programa Arte na Capa, do Canal Brasil (veja)

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Paulinho da Viola, por Paulinho da Viola (1978)

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Nervos de Aço, por Paulinho da Viola (1973)

Não se sabe se o disco ficou famoso pela capa ou se foi o contrário, mas Elifas esteve à frente de projetos gráficos de discos relevantes durante o período mais rigoroso da Ditadura Militar brasileira. No entanto, sua carreira continua. “Fazer um convite, em uma única imagem, a uma obra que é muito maior que a minha”, como afirmou em entrevista, revela sua dedicação a um oficio que não pretende abandonar.

Elifas Andreato: Contornos da Música Carioca
Até 13 de dezembro de 2015
Centro de Referência da Música Carioca
Terça a domingo, de 10h às 18h. Entrada franca
Rua Conde de Bonfim, 824, Tijuca – Rio de Janeiro
(21) 3238-3831